27 de jun. de 2011

O Preventivo Ginecológico é Importante?


O exame preventivo tem por finalidade a verificação das células do colo do útero. A morfologia (forma) das células é observada na tentativa de identificar possíveis alterações. Veja, o colo do útero é formado por uma camada mais superficial, chamada epitélio, composta por células escamosas. Metaplasia escamosa indica alteração na morfologia dessas células da camada superficial. Essas alterações podem ter diversas origens, como processos inflamatórios, infecções por microrganismos, etc. Os leucócitos indicam justamente isso. Leucócitos são as células de defesa do organismo e aparecem comumente em processos inflamatórios e infecciosos. As hemácias são células do sangue, que indicam que a porção escamosa do seu cérvix sofreu agressões, ficando mais sensível. Histiócitos indicam inflamação leve a moderada. E a citólise significa que suas células estão "estourando" por algum fator agressivo.


Todas as manifestações inflamatórias e/ou infecciosas do trato genital feminino inferior

Causas:


  • Agentes infecciosos


  • Agentes alérgicos


  • Agentes traumáticos

  • Freqüência elevada


  • Manifestações clínicas desconfortáveis


  • Atividades cotidianas


  • Desempenho sexual


  • Alterações na pele e mucosas


  • favorecem a contaminação pelo HIV

    FLUXO GENITAL


  • Células descamadas


  • Transudato da parede vaginal


  • Muco cervical


  • Secreções das gl. vestibulares


  • Líquidos de regiões superiores (endométrio e trompas)


  • Fermentos celulares


  • Flora vaginal (bacilos de Döderlein e flora bacteriana mista): 105 a 106 por grama de secreção


  • Leucócitos


  • Imunoglobulinas


  • pH ácido (3,5 a 4,5)

    Aumento DO FLUXO GENITAL
     Aumento da secreção ou da transudação de qualquer porção do trato genital.
    CAUSAS


  • Fisiológicas ( gestação, pico ovulatório, 2ª fase do ciclo; excitação sexual);


  • Ectopia


  • Infecciosas (Trichomonas vaginallis, Gardnerella vaginallis, Candida albicans, etc.)


  • Corpo estranho


  • Processo neoplásico

    Tabela 1 - FLORA BACTERIANA VAGINAL EM MULHERES NORMAIS

    I. Microorganismos Comumente Isolados


  • Stafilococcus epidermidis


  • Streptococcus fecalis


  • Lactobacillus sp


  • Corynebacterium sp


  • E. Coli


  • Bacteroides fragilis *


  • Fusobacterium sp *


  • Veillonella sp *


  • Peptococcus sp *


  • Peptostreptococcus sp *

    * microorganismos anaeróbios

    II.Microorganismos Ocasionalmente Isolados


  • Stafilococcus aureus


  • Streptococcus sp (Grupo B - b hemolítico)


  • Clostridium perfringens *


  • Proteus


  • Klebsiella

    III. Microorganismos Potencialmente Patógenos


  • Pseudomonas


  • Streptococcus pneumoniae


  • Listeria monocitogênica

    AMBIENTE VAGINAL CLASSIFICAÇÃO BACTERIOSCÓPICA


  • PADRÃO I = EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA


  • 90 a 95% de B. de Doderlein;


  • 5 a 10% de outras bactérias e


  • ausência ou raros polimorfonucleares(PMN)


  • PADRÃO II = DESEQUIL. MODERADO DO ECOSSISTEMA


  • 50% de B . de Doderlein;


  • 50% de outras bactérias e


  • moderada quantidade de PMN


  • PADRÃO III = DESEQUIL. INTENSO DO ECOSSISTEMA


  • B. de Doderlein praticamente ausentes;


  • quase 100% de outras bactérias e

  • PMN abundantes


  • PADRÃO IV = COMPATÍVEL COM VAGINOSE BACTERIANA


  • B. De Doderlein ausentes


  • Proliferação de bactérias aeróbias e anaeróbias (G. Vaginalis)


  • PMN raros


  • PADRÃO VI - presença de Trichomonas vaginalis


  • PADRÃO VII - presença de fungos. Candida

    Infecciosas


  • Flora bacteriana atípica - vaginose bacteriana - Gardnerella vaginalis


  • Protozoários - Trichomonas vaginalis


  • Fungos - Candida albicans


  • Candida glabrata (Torulopsis)


  • Candida tropicalis


  • Vírus (HSV, HPV)

    Não Infecciosas


  • Vaginite por corpo estranho


  • Vaginite alérgica


  • Vaginite traumática


  • Vaginite atrófica

    Diagnóstico


  • ANAMNESE


  • Presença de corrimento, prurido, odor fétido


  • Irritação vulvar


  • Sintomas urinários


  • Atividade sexual


  • Sintomas no parceiro sexual


  • EXAME GINECOLÓGICO


  • Características da secreção


  • Comprometimento de vagina/vulva


  • Exclusão de corpo estranho

    COMPLEMENTAÇÃO DIAGNÓSTiCA


  • Pesquisa do pH


  • Exame direto da secreção


  • Bacterioscopia (Gram)


  • Cultura específica


  • Colpocitologia


  • Colposcopia

    VAGINOSE BACTERIANA


  • 40 a 50% das vulvovaginites (Sobel, 1990)

  • Era chamada de vaginite inespecífica.


  • Crescimento atípico da flora vaginal aeróbia e anaeróbia em especial a Gardnerella vaginallis e micoplasmas


  • Redução ou ausência de b. de Doderlein


  • Diferentes grupos etários


  • Incidência elevada Û atividade sexual


  • Usuárias de DIU


  • Na gravidez Û corioamnionite, ruprema, endometrite puerperal


  • DIP

    VAGINOSE BACTERIANA
    Corrimento vaginal homogêneo branco-acinzentado com odor fétido (especialmente após a relação sexual ou no período menstrual)


  • Teste do pH: maior ou igual 4,5 (52,6%)


  • Teste do KOH (10%) ou das aminas ou WHIFF teste = positivo


  • Exame direto: poucos leucócitos, ausência de lactobacilos e a presença de clue-cells (98,2%)
    (Critérios diagnósticos de Amsel-1983) CLUE-CELS

    VAGINOSE BACTERIANA
    TRATAMENTO SISTÊMICO


  • Tinidazol 2g VO DU


  • Secnidazol 2g VO DU


  • Tianfenicol 2,5g VO DU


  • Clindamicina 300mg VO 12/12 7 dias


  • Metronidazol 400mg 8/8 7 dias para as recidivas e os insucessos


  • A recidiva é de 30% em 3 meses


  • Tratar parceiros *- casos recidivantes


  • Tratar mulheres assintomáticos em pré-operatório


  • Não ingerir bebidas alcoólicas ( efeito antabuse)

    VAGINOSE BACTERIANA
    Tratamento local


  • Isolado - baixa eficácia


  • Combinado com a via oral nas recidivas ou nas reinfecções na gestação metronidazol, tinidazol,clindamicina : 7dias


  • Correção adequada dos desvios da flora normal - onde os lactobacilos devem predominar


  • Correção do pH


  • Bacilos acidófilos

    TRICOMONÍASE


  • 15 a 20% das vulvovaginites (Sobel,1990)


  • Causada pelo Trichomonas vaginallis protozoário flagelado, anaeróbio, Gram -Incubação: de 3 a 28 dias.


  • Sintomas:


  • Secreção vaginal intensa, fétida, bolhosa, cor amarelo-esverdeada,


  • Dor local, dispareunia


  • Irritação vaginal; prurido


  • Sintomas urinários

    TRICOMONÍASE


  • DIAGNÓSTICO


  • Quadro clínico
    Ex. ginecológico: hiperemia multifocal e edema da mucosa cervico-vaginal (aspecto de framboesa)


  • Teste do pH : acima de 4,5
    Ex. direto a fresco c/ solução fisiológica (80 a 90%)


  • Bacterioscopia = Gram negativo + numerosos PMN


  • Cultura em meio de Diamond (exceção)


  • Colpocitologia oncótica (Papanicolaou)- o TV provoca alterações nas céls escamosas dificultando a avaliação oncótica


  • Pode servir de veículo para outras DST

    TRICOMONÍASE


  • Parasita no exame corado (Giemsa)


  • Protozoário flagelado (4), oval e fusiforme,que mede 10 a 24 micra por 5 a 10 micra


  • Anaerobiose e pH alcalino 



  • TRICOMONÍASE 


  • TRATAMENTO SISTÊMICO


  • Secnidazol 2g VO DU


  • Tinidazol 2g VO DU


  • Metronidazol 800mg /dia / 7 dias para as recidivas


  • Na gravidez - tratar a partir do 2° trimestre


  • Na lactação: tratar com dose única. Suspender a amamentação por 24 horas

    Tricomoníase - Tratamento


  • Tratamento tópico c/ óvulos ou cremes de imidazólicos: coadjuvante no alívio dos sintomas


  • Suspender atividade sexual


  • Não ingerir bebidas alcoólicas (efeito antabuse)


  • Tratar parceiros sempre

    CANDIDÍASE


  • 20 a 25% das vulvovaginites (Sobel, 1990)


  • Causada pela Candida albicans em 87% das vezes


  • 13% de outras Cândidas: glabrata e tropicalis = mais resistentes ao tto. convencional


  • 75% das mulheres = 1 episódio


  • 40-50% = 2 episódios


  • 5% = candidíase recorrente


  • 20% = colonização assintomática


  • Transmissão sexual

    CANDIDÍASE


  • São fatores predisponentes:


  • Gestação


  • Diabete mellitus


  • Uso de antibiótico de largo espectro


  • Uso de imunossupressores


  • ACHO (controverso) - altas doses


  • Doenças crônicas, neoplasias, infecção pelo HIV


  • Alterações imunológicas e reações alérgicas, histamina, PGE2 e IgE, proteínas heat shock
    (Giraldo e cols.1999; Sobel,1993)

    CANDIDÍASE - DIAGNÓSTICO
    TRATAMENTO


  • Cetoconazol 400mg VO 1x/dia 5 dias


  • Itraconazol 200mg VO 12/12h 1 dia


  • Fluconazol 150 mg VO DU


  • Tratamento tópico: creme, pomada, óvulos - coadjuvante da via oral e preferencial nas gestantes


  • Miconazol,clotrimazol,terconazol,isoconazol por 5 a 7 dias


  • Nistatina por 10 a 14 dias
     



  • Candidíase - tratamento


  • Recidivas : tratamento antes ou durante o período menstrual - até 6 meses


  • Itraconazol (400g/sem)


  • Fluconazol (150mg/sem)


  • Tratamento do parceiro*


  • Antialérgicos

  • Inibidores de prostaglandinas



  • Mas tenha calma. O estadiamento do preventivo é feito de acordo com a extensão das alterações celulares encontradas. Se seu estadiamento foi Metaplasia escamosa você necessita ir ao médico para que ele receite o tratamento mais adequado, geralmente com pomadas cicatrizantes e antimicrobianas. As infecções por HPV ou Herpes possuem alterações bastante específicas, que não foram mencionadas no seu resultado.
    Visite seu médico com o resultado do exame e não se desespere. Aproximadamente 68% das mulheres sexualmente ativas possuem metaplasia escamosa. Apenas o médico pode lhe dar o diagnóstico correto e prescrever um tratamento.








    Fonte/créditos:http://www.portaldeginecologia.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=137

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