14 de jul. de 2011

Síndrome dos Ovários Policísticos

Queridas amigas muitas pessoas entram em pânico simplesmente pelo fato de descobri que tem a Síndrome dos Ovários Policísticos vamos entender sobre esse assunto mais a fundo..... 
O que é a síndrome dos ovários micropolicísticos?
O termo “síndrome dos ovários micropolicísticos” (também conhecida pela abreviatura, “SOP”) descreve um grupo de sintomas e de alterações nos níveis de hormônios de algumas mulheres. O nome origina-se do fato de que pacientes com esse transtorno freqüentemente (mas nem sempre) apresentam múltiplos pequenos cistos (nódulos) indolores nos seus ovários, o que pode ser visualizado por exames de ultra-som. Esses cistos são benignos. No entanto, as alterações hormonais provocadas pela síndrome podem causar sintomas importantes, com grande stress emocional para a mulher afetada.
Os achados mais importantes na SOP são os seguintes:
a) alterações menstruais (menstruações "desreguladas");
b) excesso de hormônios masculinos (acne, pele oleosa, excesso de pêlos);
c) infertilidade (dificuldade em engravidar).

A SOP é comum? 
A SOP é uma alteração muito comum de mulheres em idade reprodutiva, podendo atingir de4 a 11% dessa população (em média, 7% das mulheres entre os 20 e os 50 anos de idade). De fato, muitos autores afirmam que a SOMP é a doença endócrina mais comum em mulheres na idade fértil.

Quais são os sintomas da SOP?
Os sintomas da síndrome incluem:
irregularidade menstrual (menstruações ausentes ou que atrasam com muita freqüência, geralmente desde a adolescência);
infertilidade (dificuldade para engravidar, devido à falta de ovulação – que constitui uma das queixas mais importantes dessas pacientes quando procuram o médico);
acne (cravos e espinhas na pele), especialmente ao redor do queixo, no tórax e no dorso;
excesso de pêlos no rosto (principalmente no queixo e no buço) e no restante do corpo (braços, pernas, virilha);
perda de cabelo, com áreas de rarefação na cabeça;
pele e cabelos muito oleosos.
Os últimos 4 sintomas são manifestações de excesso de hormônios masculinos, que é um dos problemas provocados pela síndrome. Algumas pacientes podem apresentar apenas um desses sintomas; outras podem apresentar um quadro mais exuberante. Nem todos esses sintomas precisam estar presentes, ao mesmo tempo, para fazer o diagnóstico de SOP.
Cerca de 2/3 das pacientes com SOP apresentam excesso de peso ou obesidade (principalmente quando o acúmulo de gordura acontece mais na região da barriga), mas a síndrome também pode afetar mulheres magras.
A SOP é extremamente comum, mas muitas mulheres não sabem que são portadoras da síndrome, e podem sofrer durante anos com problemas como a dificuldade para engravidar ou o excesso de pêlos no rosto, antes de ser feito o diagnóstico correto.

Qual é a causa da SOP?
A causa exata da SOP ainda não é bem conhecida. Suspeita-se que haja mais de uma causa. Em geral, a síndrome é causada por um desequilíbrio dos níveis de alguns hormônios importantes. O que se observa na maioria das mulheres de SOMP é um aumento dos níveis dos hormônios masculinos (andrógenos) no sangue, devido à produção aumentada desses hormônios pelos ovários. Por isso, a SOP também é conhecida como “síndrome de excesso de andrógenos ovarianos”. O principal andrógeno ovariano que aumenta na síndrome é a testosterona.

Então a SOP é uma doença apenas dos ovários?
Não. A SOP é uma doença complexa, relacionada ao funcionamento alterado de vários sistemas do organismo. Além do distúrbio dos ovários, as mulheres com SOP comumente apresentam um defeito na ação da insulina, um importante hormônio que controla os níveis de açúcar (glicose) e gorduras (colesterol) no sangue. Portanto, mulheres com SOP têm um risco aumentado de apresentar aumento da glicose (diabetes mellitus) e do colesterol (dislipidemias), o que em última análise pode aumentar seu risco de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, derrame cerebral etc.). Suspeita-se que esse defeito da ação da insulina (também conhecido como resistência à insulina) desempenhe um papel fundamental no desenvolvimento da SOP.

Que outras doenças se associam à SOP?
 Diabetes mellitus - devido ao defeito na ação da insulina ("resistência à insulina") apresentado por muitas mulheres com SOP, estas pacientes apresentam um risco bem maior de desenvolver diabetes, em comparação com mulheres sem SOP. Calcula-se que aproximadamente 50% das mulheres com SOP vão apresentar níveis aumentados de glicose (açúcar) no sangue antes dos 40 anos de idade. Por outro lado, 25 a 50% das mulheres com diabetes entre os 20 e os 50 anos de idade também são portadoras de SOP. O risco de diabetes é ainda maior para pacientes com SOP obesas.
Doenças do fígado - estudos recentes indicam que 2/3 das pacientes com SOP apresentam um acúmulo anormal de gordura no fígado, que é chamado de "esteato-hepatite não alcoólica". Entretanto, quando essas mulheres fazem exames de sangue para avaliar o fígado, a maioria tem resultados normais. O excesso de gordura no fígado, na maior parte das vezes, só é encontrado quando se faz um exame de ultrassom. Essa alteração do fígado é importante porque muitas vezes a esteato-hepatite acaba evoluindo para doenças mais graves, como hepatite, cirrose hepática e até mesmo câncer do fígado
Doenças cardíacas - Alguns estudos indicam que o risco de doenças do coração (infarto) é 50% maior em mulheres com SOP. Além disso, mulheres com SOP têm problemas do coração mais cedo do que outras mulheres que não são portadoras de SOP. Essas pacientes também têm um risco mais alto de derrame cerebral.
 Pressão alta - Também conhecida como "hipertensão arterial", é mais comum em mulheres com SOP, principalmente após os 40 anos de idade.
Problemas do colesterol - Mulheres com SOP costumam apresentar níveis mais altos de LDL-colesterol (o colesterol "ruim") e mais baixos de HDL-colesterol (o colesterol "bom") do que mulheres sem SOP, bem como níveis mais altos de tri glicerídeos.
Câncer - Mulheres com SOP têm um risco maior de desenvolver câncer do útero (endométrio) e da mama.

Como é feito o diagnóstico de SOP?
O diagnóstico de SOP é feito através da história clínica e exame físico da paciente (menstruações irregulares, excesso de pêlos, acne etc.) e de alguns exames complementares.
Os exames que podem ajudar no diagnóstico são:
Ultra-som do útero e ovários, que pode mostrar a presença de múltiplos pequenos cistos (nodulações cheias de líquido) em ambos os ovários. Apesar de serem comuns e de darem nome à síndrome, os cistos não estão presentes em todas as pacientes com SOP, sendo encontrados em cerca de 80% dos casos. Da mesma forma, a simples presença de cistos não é suficiente para fazer o diagnóstico de SOP, pois até 20% das mulheres normais, sem qualquer alteração dos níveis hormonais, podem apresentar imagens de cistos ao ultra-som. Por isso, é importante diferenciar: “ovários policísticos” (um mero achado de ultra-som) da “síndrome de ovários micropolicísticos” (um distúrbio complexo, com manifestações clínicas conhecidas e que pode apresentar ou não a imagem de ovários policísticos ao ultra-som).
Testosterona (hormônio masculino), que muitas vezes está aumentada no sangue;
Glicose e colesterol.
Outros exames também podem ser solicitados, dependendo das características de cada paciente. É importante afastar a presença de outros problemas hormonais que podem apresentar sintomas semelhantes à SOP, principalmente o hipotireoidismo e a hiperplasia adrenal congênita (uma doença das glândulas supra-renais que também cursa com níveis aumentados de hormônios masculinos).
Todas as mulheres com sintomas sugestivos de SOP devem ser avaliadas por um médico especialista, para determinar a presença ou não da sindrome. O endocrinologista, um médico especializado em transtornos das glândulas e dos hormônios, pode fazer essa avaliação e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Embora alguns pacientes e até mesmo alguns médicos considerem a SOP uma doença puramente ginecológica (uma vez que a maioria dos seus sintomas está relacionada ao sistema reprodutivo feminino), essa síndrome deve ser considerada uma alteração sistêmica (de todo o organismo), pois pode se associar a vários outros problemas, tais como: diabetes, alterações do colesterol e doenças cardíacas. Entretanto, o acompanhamento com um ginecologista também é importante, pois permite a detecção e tratamento precoce de possíveis complicações como o câncer de mama e de útero.

Qual é a importância da SOP?
A SOP é a causa mais comum de infertilidade (dificuldade para engravidar) nas mulheres que vivem em países desenvolvidos. Também pode causar prejuízo à qualidade de vida das pacientes, que se sentem incomodadas pelo excesso de pêlos ou pela acne, por exemplo.
No entanto, os maiores riscos da SOP estão associados às alterações decorrentes da resistência à insulina. Esse transtorno faz com que as pacientes com SOP tenham um risco aumentado de desenvolver diabetes.
Estudos mostram que até 30% das pacientes com SOP podem apresentar níveis aumentados de glicose (açúcar) no sangue quando o diagnóstico da síndrome é feito pelo médico. Esses níveis aumentados de glicose às vezes só são detectados através de um teste com ingestão de açúcar via oral (o chamado teste de tolerância à glicose, ou curva glicêmica).
Além disso, mulheres com SOP freqüentemente apresentam níveis aumentados do chamado “mau colesterol” (LDL). Elas também podem ter níveis baixos do “bom colesterol” (HDL) e níveis aumentados de outras gorduras do sangue, como os triglicérides. Todas essas alterações podem aumentar o risco de ataque cardíaco (infarto) e derrame cerebral, a longo prazo, principalmente em pacientes obesas.
Outro problema é decorrente da irregularidade menstrual e da falta de ovulação, que fazem com que a camada de revestimento interno do útero (o endométrio) não seja descamado e substituído regularmente (a cada mês). Se esse problema não for tratado, há um aumento do risco de desenvolver câncer do útero.

Como é o tratamento da SOP?
Embora a SOP não seja curável, há vários tratamentos disponíveis atualmente que podem equilibrar os níveis hormonais de maneira satisfatória e resolver vários dos problemas associados à síndrome.
Pacientes obesas ou com excesso de peso sempre devem ser aconselhadas a perder peso, através de uma alimentação saudável (com menor ingesta de calorias) e aumento da atividade física. Muitas vezes, apenas essa perda de peso é suficiente para aliviar muitos dos sintomas da síndrome, mesmo com perdas modestas (de 5 a 8Kg, por exemplo).
Além da perda de peso, alguns medicamentos também podem ser utilizados para diminuir os sintomas da SOP e reverter algumas das alterações hormonais.

Quais medicamentos podem ser usados no tratamento da SOP?
Medicações também podem ser usadas para controlar os sintomas da SOP. Os anticoncepcionais orais, principalmente aqueles que contêm medicamentos que combatem os hormônios masculinos (por exemplo: acetato de ciproterona e drospirenona), ajudam a tratar a irregularidade menstrual e minimizam a acne e o excesso de pêlos, quando utilizados por vários meses. Estão melhor indicados em pacientes com SOMP que não desejam engravidar.
Mais recentemente, muitos médicos estão preferindo tratar a SOP com medicações que agem melhorando a resistência à insulina, visto que este parece ser um dos principais mecanismos envolvidos no desenvolvimento da síndrome. Entre essas medicações, a mais utilizada é a metformina, um medicamento originalmente criado para o tratamento de diabetes, mas que provou ser efetivo em reduzir os níveis de insulina, melhorar a irregularidade menstrual, diminuir os pêlos e a acne (embora de maneira não tão evidente quanto com os anticoncepcionais), provocar perda de peso e aumentar a fertilidade de mulheres com SOP. A metformina ajuda mulheres com SOP a engravidar, visto que é capaz de aumentar a taxa de ovulação dessas pacientes e parece ter um papel em prevenir abortos precoces. Já foi utilizada inclusive durante a gravidez, aparentemente sem grandes riscos para a mãe ou o feto, mas o seu uso nesta situação ainda não é um consenso entre os especialistas. Mais interessante ainda é o fato de que o uso de metformina, por melhorar a ação da insulina, melhora os níveis de glicose e colesterol, e pode ajudar a prevenir as complicações mais sérias da SOP, que são o diabetes e as doenças cardiovasculares. Por essa razão, a metformina está sendo cada vez mais utilizada para o tratamento da SOP, tanto em pacientes obesas como nas magras. Outras medicações que agem melhorando a resistência à insulina mas que ainda não são tão estudadas são a pioglitazona e a rosiglitazona.
Há também tratamentos específicos para induzir a ovulação e obter a gravidez, como o uso de citrato de clomifeno e de gonadotrofinas, que devem ser utilizados sob a supervisão de um ginecologista experiente em reprodução humana.
Também há medicações para reduzir os efeitos dos hormônios masculinos, como aespironolactona e a flutamida. Essas medicações sempre devem ser tomadas junto com anticoncepcionais, visto que podem ser prejudiciais ao feto se a paciente engravidar fazendo uso das mesmas.
Por último, tratamentos para reduzir o excesso de pêlos, como a depilação(usando lâmina, cêra, eletrólise ou laser) ou o uso de cremes que reduzem o crescimento dos pêlos (como a eflornitina) podem ser usados para melhorar o aspecto estético e a auto-estima das pacientes.

Existe alguma cirurgia que pode ser usada para tratar a SOP?
Antigamente, era muito comum tratar mulheres com SOP usando uma cirurgia para retirada de uma parte dos ovários (ressecção "em cunha" dos ovários), pois observou-se que esse tipo de procedimento melhorava o ciclo menstrual e aumentava a fertilidade. Entretanto, hoje em dia há vários medicamentos que conseguem desempenhar o mesmo papel dessa cirurgia, com menor risco. Por isso, a cirurgia para tratar a SOP caiu no desuso e não é mais utilizada atualmente.

♥ Bom, amigas gostaram do post espero ter tirado muitas duvidas até a próxima. Bjos no 

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