15 de set. de 2011

Ovários policísticos: problemas colaterais



Ainda há muita coisa para ser descoberta sobre a formação de cistos no ovário de algumas mulheres e sua relação com o desenvolvimento de outros distúrbios, entre eles o diabete. Na Suécia um grupo de cientistas descobriu um raio de luz no fim do túnel.
Eles monitoraram o trabalho dos hormônios, substâncias responsáveis pelo funcionamento a pleno vapor do nosso organismo. E descobriram que quando a produção hormonal se torna irregular, o equilíbrio das funções do organismo feminino é afetado e pode provocar um descompasso no seu metabolismo, desregulando a rotina da menstruação, favorecendo o ganho da camada de gordura na linha da cintura e até provocando aquelas indesejáveis espinhas e pêlos “extras” que surgem em várias partes do corpo.
Por isso, o acompanhamento médico é importante quando esses sintomas se manifestam, porque muitas complicações podem surgir como consequência de um problema que a princípio julgamos menor. A infertilidade é um desses “problemas colaterais” que podem surgir, da mesma forma que o diabetes tipo 2.
Resultados de pesquisas feitas em centros clínicos apontam que as mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) desenvolvem mais facilmente a resistência à insulina — o hormônio responsável pela condução da glicose para dentro das células – e, com a absorção da glicose dificultada, o açúcar se acumula no sangue, iniciando o processo de instalação do diabete.
Mas, porque isso acontece?
Ninguém tinha essa resposta. Os primeiros vilões a serem apontados nesse processo eram os hormônios masculinos que estariam sendo produzidos em excesso por alguma razão. Como resultado dos últimos estudos e trabalhos de pesquisa, descobriu-se a existência de outro elemento responsável pelo problema: os adipócitos. Adipócitos? As células de gordura!
Uma dessas conclusões veio da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e diz que mulheres portadoras do SOP, independentemente da sua condição de estrutura corporal (magras ou gordas), têm células de gordura – adipócitos - mais “gordinhos” e com um “defeito de fábrica”. Esse estudo foi feito com 62 voluntárias, metade delas com SOP. O estudo comparou os resultados obtidos depois de analisados os dados colhidos em duplas formadas por uma participante com a síndrome e outra sem o problema, mas que tinham idade e peso semelhantes.
Foi inegável o fato de que o tecido adiposo das portadoras de SOP era bem mais preguiçoso e produzia uma quantidade inferior de um hormônio liberado justamente pelos adipócitos, a adiponectina. Essa substância é que facilita a ação da insulina. Quando ela falta, as células têm muito mais dificuldade para assimilar a glicose.
O maior mérito dessa pesquisa é aliviar a culpa que pesava sobre o hormônio masculino e abrir o jogo mostrando que até mesmo jovens magras podem desenvolver células de gordura “com defeito de fábrica” e más produtoras de adiponectina. E é por isso que vemos cada vez mais mulheres propensas à resistência à insulina e ao desenvolvimento do diabete tipo 2.
Nunca é demais voltar à velha tecla: o excesso de peso sempre agrava a situação. Quem tem ovários policísticos tem que redobrar os cuidados para se manter longe do diabete. Deve adotar uma dieta saudável e equilibrada aliada à prática regular de uma atividade física. Exames médicos periódicos permitem sempre um diagnóstico precoce e o monitoramento médico, ações fundamentais para evitar surpresas. Pelo menos 30% das mulheres com SOP não sabem que têm o distúrbio. Pense nisso!
Fonte: Dra. Elisabete F. Almeida

Um comentário:

ROZEANE disse...

Adorei saber mais sobre o SOP, eu tenho e quero engravidar. tenho os sintomas como queda de cabelo, caspa ,aumento de pelo no rosto e um pouco de gordura localizada. ganho peso com facilidade.

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