22 de mai. de 2012

A Inserminação Intrauterina pode ajudar a engravidar?


A inseminação intrauterina é um tratamento que tem como objetivo sincronizar e facilitar o encontro dos espermatozoides com os óvulos. O processo é iniciado por uma estimulação ovariana controlada, através de medicações orais e injetáveis, visando ao amadurecimento de 2 a 4 óvulos naquele ciclo. Por monitorização ultrassonográfica transvaginal, o médico sabe exatamente quando os óvulos estarão maduros, e quando haverá a ovulação e liberação dos óvulos para as trompas. Ocorrida a ovulação, neste mesmo dia é feito o procedimento de inseminação.
O casal comparece à clínica e o homem fornece uma amostra de sêmen por ejaculação. Este sêmen então será processado (preparado) para retirada de impurezas, espermatozóides imóveis e alterados. Ao final, temos uma amostra de espermatozóides com alto potencial de fertilização. O ideal é que esta amostra contenha pelo menos 5 milhões de espermatozóides com motilidade progressiva por ml de sêmen.
Este sêmen preparado é colocado em um cateter (tubo plástico) muito fino. Este cateter é introduzido lentamente através do colo uterino até que sua extremidade esteja na cavidade uterina. Então o conteúdo do cateter (sêmen) é injetado vagarosamente no interior do útero. A paciente permanece por 15 minutos em repouso e a seguir é liberada. São prescritas medicações para serem utilizadas que facilitam a implantação embrionária, como a progesterona. A mulher pode ter vida e rotina normal nos dias seguintes, e 15 dias após fazemos o teste de gravidez por dosagem sanguínea de beta-hcg.
A grande questão é saber em que casos a inseminação estaria bem indicada e poderia ser efetiva. Para isto é importante ressaltar dois pontos em relação ao processo.
Primeiro, a inseminação é um método de tratamento relativamente simples, que simula o que acontece na natureza, facilitando apenas a chegada de bons espermatozóides aos óvulos. A partir do momento em que o sêmen é injetado no útero, tudo deve ocorrer naturalmente no trato reprodutivo feminino. Portanto, as chances de gravidez com a inseminação ficam limitadas às chances naturais de fertilidade. A depender da idade da mulher varia de 12 a 22% por tentativa. Pode ser necessário repetir o procedimento mais de uma vez para atingir chances razoáveis de gravidez cumulativa.
Esta chance pode parecer baixa. Mas vejam que o método é utilizado em pacientes que têm diagnóstico de subfertilidade. Normalmente, estes casais têm chances espontâneas de gravidez muito reduzidas, abaixo de 10%, e, portanto, a inseminação irá restaurar a chance esperada de gravidez para o perfil e idade do casal.
Segundo, e como conseqüência do primeiro, a inseminação deve ser utilizada de preferência em casais jovens, em que a mulher tenha até 35 anos, com pouco tempo de subfertilidade (até dois anos), e nos casos em que não existam fatores importantes de infertilidade. A mulher deve ter trompas normais, e o exame de espermograma não pode ter alterações graves.
As principais indicações seriam casais jovens com infertilidade sem causa aparente (ESCA), disfunções ovulatórias, fator masculino leve a moderado, fatores cervicais (do colo uterino), e endometriose leve a moderada.
Importante também alertar que não vale a pena tentar vários e vários ciclos de inseminação. Quase sempre o casal que se beneficia da técnica consegue gravidez até o terceira ou quarta tentativa. Se até este ponto não houve sucesso, melhor reavaliar o caso e partir para tratamentos mais efetivos, como a fertilização in-vitro (FIV).


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