1 de ago. de 2012

Ovulação A caminho da vida


Uma pequena semente no corpo da mulher é um dos dois grandes responsáveis pela reprodução humana. Essa semente é o óvulo, que representa a contribuição da mãe para a origem de um novo ser. Mas, até que a fruta amadureça e libere essa semente, há também um longo processo de evolução. Por isso, a liberação do óvulo - isto é, a ovulação - é a fase principal do ciclo menstrual. A menstruação em si é apenas a manifestação aparente de todo o trabalho efetuado continuamente pelo aparelho reprodutor feminino.

Embora a maturidade sexual demore a chegar, a menina ao nascer já possui todos os dispositivos para o posterior desenvolvimento. Na infância já aparecem, na porção profunda dos ovários - que ainda estão inativos - as frutinhas que mais tarde tornarão a mulher apta a reproduzir. São as microscópicas formações denominadas folículos ovarianos. Depois de inúmeras transformações, o folículo amadurece e solta a semente: o óvulo. A liberação do óvulo é a fase final de toda a evolução dos folículos. Mas, dos 500.000 folículos que, ao nascer, a menina apresenta em ambos os ovários, apenas uns 400 vão conseguir passar por completo desenvolvimento e chegar a amadurecer e liberar o óvulo. Os demais degeneram sem produzir óvulos - a fruta seca antes de ter a semente. Quando a menina atinge a puberdade, uma parte considerável desses folículos já se apresenta degenerada. Depois, durante o período fértil da vida da mulher, esse processo degenerativo continua, ao lado da produção cíclica de óvulos. E finalmente, quando chega o climatério, ocorre a degeneração final dos folículos ainda presentes.

A VIDA DE UM FOLÍCULO - Mas essa frutinha - o folículo - tem também sua longa e complexa vida, que passa por três fases principais de desenvolvimento, inicialmente, estão todas guardadas nos ovários, em absoluto repouso. Nessa fase inicial, são denominados folículos primários. Cada folículo constitui-se de uma única célula central, imatura - o oócito - cercada por uma fina camada de células achatadas. Esse repouso dura anos. Por volta dos 9 anos, idade em que se inicia o período que prepara a puberdade, os folículos primários começam a dirigir-se lentamente para a superfície dos ovários. Na puberdade, em torno de 11 a 13 anos, entram um a um em processo de amadurecimento, em cada ciclo menstrual.

Começa então a segunda fase da vida do folículo. A camada celular que envolve o oócito diferencia-se em duas: uma camada interna, granulosa e outra externa, chamada teca. A partir desse momento, o folículo começa a aumentar de volume na superfície do ovário. Paralelamente, o oócito se desenvolve e se transforma no óvulo. Ao mesmo tempo, entre as membranas das células da camada granulosa, formam-se pequenos espaços, onde há acúmulo de um liquido. Pouco a pouco, Esses espaços se juntam e forma-se uma cavidade. O liquido dessa cavidade, claro e transparente, contém grande quantidade de estrógeno. Por isso o estrógeno era antigamente conhecido como foliculina.

Em cada ciclo menstrual, apenas um dos inúmeros folículos dos ovários amadurece (em casos excepcionais, dois ou mais). Ao atingir o desenvolvimento máximo, na terceira fase de evolução, recebe o nome de folículo maduro, ou de Graaf: a fruta madura está pronta para soltar a semente. O folículo sobressai na superfície externa do ovário, como um bago de uva. É o momento da ovulação, fase principal do processo. A porção mais saliente do folículo, por fora do ovário, rompe-se: o óvulo e parte do liquido folicular "caem" na cavidade abdominal. No local da ruptura ocorre uma pequena hemorragia. A parede do folículo retrai-se: a "uva" murcha e se transforma num saquinho flácido e enrugado, como uma uva-passa.

Após a ovulação, as células do folículo multiplicam-se e se transformam nas grandes células luteínicas. E os restos do folículo transformam-se assim no corpo amarelo, ou lúteo. Esse novo corpo produz, além do estrógeno, também a progesterona. O novo hormônio, lançado no organismo, inibe a secreção dos hormônios que provocaram a ovulação; não pode haver outra, enquanto a progesterona estiver agindo.

É o fim do processo. Uma pequena cicatriz forma-se na parede do ovário, no ponto em que saiu o óvulo. Se a semente lançada no organismo for fecundada, o corpo lúteo continuará a produzir estrógeno e progesterona, o que impedirá uma nova ovulação durante a gravidez. Mas se não houver fecundação, o trabalho do corpo lúteo regredirá, a partir do 8.° dia após a ovulação. Isso ocasionará uma parada na produção dos hormônios ovarianos. Em consequência, ocorrerá a menstruação após cada ovulação.

A OVULAÇÃO E O PERÍODO MENSTRUAL - Uma das consequências imediatas da ovulação é a produção dos dois hormônios ovarianos: o estrógeno e a progesterona, que determinam todas as mudanças cíclicas do organismo feminino. A produção desses dois hormônios divide o ciclo menstrual em duas fases. A primeira relaciona-se à época em que o folículo primário amadurece, e produz somente estrógeno - é a fase estrogênica, que se processa sob orientação do hormônio folículo estimulante (FSH). A segunda depende da presença do corpo lúteo formado pelo estimulo do hormônio luteinizante (LH) e da prolactina que produz além do estrógeno, também a progesterona: é a fase progestacional. A duração do corpo lúteo é constante: se não houver gravidez, regride sempre após um período de 14 dias. E a ovulação ocorre constantemente 14 dias antes do início da menstruação. Mas na primeira fase não há tanta regularidade: o amadurecimento do folículo pode durar tempo maior ou menor. No ciclo menstrual padrão, de 28 dias, a ovulação se processa exatamente na metade do ciclo menstrual. Mas em ciclos mais curtos, a ovulação ocorre em data anterior e nos ciclos prolongados, processa-se tardiamente. Esse dado tem muita importância na determinação dos dias férteis da mulher. Um período de alguns dias antes e depois da ovulação é considerado fértil: a mulher pode engravidar.

Esse prazo de fertilidade é o principio básico que orienta o método anticoncepcional da abstinência: a mulher evita relações sexuais durante o período fértil. Como a fase estrogênica não tem duração constante, pode ocorrer ocasionalmente uma falha nesse método, em consequência da irregularidade do ciclo.


fonte:http://www.planetabebe.com.br/ovulacao1.php

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