8 de ago. de 2019

Como é feita a doação de óvulos compartilhada

O que é a Doação de Óvulos

A doação ocorre quando uma mulher cede seu óvulo para que ele seja fecundado e transplantado para o útero de outra mulher. No Brasil, a lei estipula que essa doação seja anônima e a mãe dessa criança será considerada a mulher que o carregou no seu ventre, e não a que forneceu o óvulo. Caso a mulher que deu a luz à criança seja uma barriga solidária, o filho é considerado do beneficiado pelo procedimento.

Como é feita a Doação de Óvulos

Primeiro é preciso fazer a seleção da doadora. No Brasil não há um banco de óvulos congelados para doação. Apenas algumas clínicas mantêm os óvulos que possam ter restado de algum tratamento. Geralmente, as candidatas à doação de óvulos são jovens que se voluntariam a realizar o procedimento para ajudar alguém. Portanto, o processo de recrutamento é muito semelhante ao da doação de sangue. Ela faz a coleta dos óvulos ao mesmo tempo em que a receptora prepara seu útero para receber o embrião.
Para coletar esses gametas, a doadora precisa passar pelo processo de indução de ovulação, o mesmo usado no coito programado. São usados medicamentos administrados a partir do início do ciclo menstrual. Existem dois tipos, os administrados por via oral (citrato de clomifeno), ou através de injeções subcutâneas, (gonadotrofinas), que agem diretamente nos folículos do ovário, local onde crescem os óvulos.
Depois de cerca de 10 dias eles estarão prontos para serem aspirados. Isso será verificado através de ultrassonografias e exames de sangue. Depois, é feito o procedimento em si, quando uma agulha é aplicada dentro da vagina da mulher e, guiada pelo transdutor transvaginal, entra nos ovários e aspira o conteúdo líquido dos folículos, contendo os óvulos. Ela feita com um tipo de anestesia chamada sedação, que é mais leve.
A partir, o processo se torna semelhante à fertilização in vitro. Primeiro é preciso conferir se eles estão em boas condições para serem utilizados. No caso dos óvulos, eles são analisados sob o microscópio e os bons são disponibilizados para a fertilização. Já o sêmen passa por uma capacitação, selecionando-se os melhores e mais móveis.
No mesmo dia em que os óvulos da mulher são aspirados, o homem (seja doador ou parceiro da paciente em tratamento) faz a coleta dos espermatozoides, para que no mesmo dia eles sejam fecundados em laboratório. O procedimento pode reproduzir a situação no útero, colocando na mesma cultura um óvulo e alguns espermatozoides, ou eles podem ser injetados diretamente no óvulo, pelo método de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), dependendo da qualidade dos gametas masculinos.
Depois disso os embriões ficam um tempo em maturação e depois são colocados no útero da mulher. A quantidade de embriões depende da idade da mulher que vai gerar a criança: 2 para mulheres com menos de 35 anos, 3 para quem tem até 40 anos e 4 depois dessa idade. O processo é semelhante ao exame Papanicolau, é usado um bico de pato e depois um cateter bem fino é inserido na vagina da mulher. Um ultrassom orienta o médico sobre o local onde deve ser colocado o embrião, normalmente a 1 centímetro do fundo do útero. A sensação pode criar um ligeiro desconforto. Por fim, após 12 ou 14 dias, é feito o exame para detectar se houve sucesso no método.

Quem pode ou não doar

O ideal é que a doação seja feita por mulheres com menos de 35 anos, pois seus óvulos são mais novos e apresentam menores chances de terem problemas na estrutura genética causados por uma divisão celular ruim. É importante também que a doadora não tenha nenhuma doença genética hereditária. Além disso, ela também não deve ter nenhum problema de saúde que possa ser agravados pela estimulação ovariana, como cânceres dependentes de hormônio.
Muitas vezes essa opção é oferecida para mulheres que já estão em tratamento de reprodução assistida com seus próprios óvulos, mas de repente não têm mais como pagar o tratamento. Em troca, o casal ou a mulher que vai receber a doação paga metade do tratamento da doadora. Essa é a chamada doação compartilhada.

Quem precisa receber
Mulheres que querem engravidar mais tem mais de 40 anos ou que já entraram na menopausa, e, portanto, não produzem mais óvulos. Mulheres que já vivenciaram múltiplas falhas de tratamento ou abortos, quadros de falência ovariana prematura, ou mulheres que tenham alterações genéticas, que sabidamente são de herança vinculada ao óvulo. Algumas pacientes também podem não atender ao estímulo do medicamento, precisando também da ovodoação.
Casais homoafetivos formados por homens também costumam receber um óvulo doado, que será fecundado com o sêmen de um deles e gerado no útero de outra doadora, também chamada de "barriga de aluguel".

Quais os riscos da Doação de Óvulos

Para a doadora, como há a estimulação dos ovários com medicamentos, pode ocorrer a Síndrome da Hiperestimulação do Ovário (SHO). Nela há uma maior produção do hormônio estradiol, que pode acarretar em trombose depois que a mulher engravida e aumentar o inchaço do corpo.
Para a receptora, os riscos são os mesmos de uma fertilização in vitro. Como o embrião é fecundado fora do útero e depois transferido de volta, existe uma pequena chance de que ele se desenvolva fora do útero, a chamada gravidez ectópica, que pode colocar a vida da mulher em risco. Para reduzir as chances desse tipo de gestação, o embrião normalmente é colocado a 1 centímetro do fundo do útero.
Como mais de um embrião é transferido, há um risco de gravidez gemelar que varia de 25 a 30% em mulheres abaixo de 35 anos. Esse tipo de gestação é considerada de risco pois normalmente acarreta em parto prematuro, perigosos para a mãe e para o feto.

Preparação para a Doação de Óvulos

O mais difícil na doação de óvulos é a aceitação de que se vai gerar um filho vindo do gameta de outra mulher. É comum que algumas mulheres se culpem por terem adiado a gestação devido às suas carreiras, e depois não poderem mais usar seus próprios óvulos. Normalmente é indicado um acompanhamento psicológico e até mesmo psiquiátrico para o casal.
É comum que as mulheres ou os casais demorem um tempo para tomar uma decisão sobre o tema, muitas vezes dias, semanas ou mesmo meses. O fato de a mulher, mesmo não sendo a fonte do óvulo, poderá curtir a gestação toda, ajuda mais a aceitação desse tipo de método. Normalmente o médico explica como funciona todo o tratamento, que a criança, de acordo com a lei brasileira, sempre será considerado como filho da paciente que vai carrega-lo no seu útero. É por isso que a doadora sempre permanecerá anônima.
Além disso, o código genético difere menos de 1% entre uma pessoa e outra, o que não torna grande diferença quando você usa o óvulo ou espermatozoide de outra pessoa. É possível também escolher o perfil da doadora, para que tenha características físicas, como cor dos olhos, cabelos e pele.

Cuidados especiais
Tanto para a doadora quanto para a receptora, é necessário levar uma vida saudável. Evitar fumar ou beber, alimentar-se a cada 3 horas, ingerir muito líquido e ter boas horas de sono, são todas medidas essenciais. Para se evitar complicações, como a dor, a paciente deve evitar atividades físicas, principalmente as de alto impacto.

Onde encontrar

Clínicas e hospitais com centros de reprodução humana normalmente oferecem esse serviço. Além disso, ele também pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde e em hospitais universitários.
Fontes consultadas
Ginecologista especializada em reprodução humana Thaís Domingues (CRM SP 104.252).
Ginecologista especialista em reprodução humana Gustavo Kröger (CRM SP 124.958).
site: Minha vida.com

Fertilização In Vitro (FIV): O que é, como funciona e custo

O que é a Fertilização In Vitro (FIV)

A Fertilização In Vitro é uma técnica que consiste na coleta dos gametas para que a fecundação seja feita em laboratório e depois na transferência desses embriões de volta para o útero materno. O método foi usado pela primeira vez na Inglaterra em 1978 e foi trazido ao Brasil em 1983. Nessa época ele era conhecido como bebê de proveta.

Outros nomes para Fertilização In Vitro

Bebê de proveta

Como é feita a Fertilização In Vitro (FIV)

O primeiro passo da Fertilização In Vitro (FIV) é fazer a coleta dos gametas. Os espermatozoides são obtidos por meio de masturbação. Alguns homens não apresentam gametas no sêmen, e nesses casos é preciso fazer uma punção ou biopsia para retirá-los diretamente dos testículos. Nas mulheres é feita uma indução de ovulação, geralmente com injeções subcutâneas (gonadotrofinas), os mesmos medicamentos usados no coito programado. Eles podem ser usados por via oral (citrato de clomifeno) ou por injeções subcutâneas (gonadotrofinas) e normalmente são estimulados até 12 folículos para uma produção maior de óvulos para coleta. Mas em casos em que não há mais produção de gametas, como mulheres na menopausa e alguns homens que não sintetizam espermatozoides, é indicado o uso de gametas doados.
Depois de coletados, é feita uma seleção dos espermatozoides e depois eles e um óvulo são colocados em uma cultura. São usados cerca de 100 a 200 mil gametas masculinos para cada feminino, um deles irá chegar até o óvulo e o embrião depois será formado. O processo é idêntico ao ocorrido dentro do útero, com a diferença que ocorre em laboratório, portanto não há riscos de malformação maiores do que numa fecundação natural. Existe um risco de que a fecundação não ocorra, mas é algo muito raro. Tudo depende da qualidade do material utilizado.
Quando o embrião já está pronto ele é colocado no útero da mulher. A quantidade de embriões depende da idade da mulher: 2 para mulheres com menos de 35 anos, 3 para quem tem até 40 anos e 4 depois dessa idade. O processo é semelhante ao exame Papanicolau, é usado um espéculo, que é um aparelho usado normalmente no exame ginecológico para localizar o colo uterino, e depois um cateter bem fino é inserido no útero da mulher. Um ultrassom orienta o médico sobre o local onde deve ser colocado o embrião, normalmente a 1 centímetro do fundo do útero. A sensação pode criar um ligeiro desconforto. Por fim, após 12 ou 14 dias, é feito o exame para detectar se houve sucesso no método.

Duração do tratamento
Contando com a estimulação, a fecundação in vitro, a reimplantação dos gametas e o exame que detectará o sucesso ou não do procedimento, a Fertilização in Vitro costuma durar em torno de 25 dias.

Custo da Fertilização in Vitro

Segundo dados da clínica de reprodução assistida Genics, o valor abaixo é a média de preço para realizar a Fertilização In Vitro (FIV):
  • Fertilização In Vitro (com medicamentos inclusos): De R$ 15.000,00 a 20.000,00.

Para quem a Fertilização In Vitro (FIV) é indicada

Normalmente a técnica é utilizada para casais em que a mulher tenha problemas nas trompas ou endometriose, o que pode dificultar a chegada dos espermatozoides até o óvulo. Também pode ser feita em casos de problemas na produção de gametas no homem.
Outra situação em que o tratamento é indicado ocorre quando é preciso que seja feita a doação de óvulos, no caso de mulheres que não o produzem mais ou em casos de casais homossexuais masculinos.

Preparação da Fertilização In Vitro (FIV)

Toda mulher que deseja engravidar precisa de cuidados importantes para a saúde, como ter uma alimentação adequada, praticar atividades físicas, reduzir a ingestão de álcool, não fumar e fazer a suplementação de ácido fólico. Também é válido procurar verificar se há alguma doença que possa prejudicar a gravidez, como hipertensão ou diabetes.

O que esperar da Fertilização In Vitro (FIV)

Normalmente as chances de sucesso estão ligadas à idade do óvulo, já que eles existem na mulher desde a infância e também passam pelo processo de envelhecimento celular. Mulheres com menos de 35 anos tem 60% de chances. Entre 35 e 38 anos, as chances caem para 40%, e continuam a baixar para 30% até os 40 anos, passando para 8% depois.

Riscos da Fertilização In Vitro (FIV)

Como o embrião é fecundado fora do útero e depois transferido de volta, existe uma pequena chance de que ele se desenvolva fora do útero, a chamada gravidez ectópica, que pode colocar a vida da mulher em risco. Para reduzir as chances desse tipo de gestação, o embrião normalmente é colocado a 1 centímetro do fundo do útero.
Como mais de um embrião é transferido, há um risco de gravidez de gêmeos que varia de 25 a 30% em mulheres abaixo de 35 anos. Esse tipo de gestação é considerada de risco pois normalmente acarreta em parto prematuro, necessitando mais cuidados para a mãe e para o feto.
Por haver estimulação dos ovários, pode ocorrer a Síndrome da Hiperestimulação do Ovário (SHO). Nela há uma maior produção do hormônio estradiol, que pode acarretar uma série de complicações.

Contraindicações da Fertilização In Vitro (FIV)
O uso dos medicamentos para indução de ovulação é contraindicado para mulheres com em carcinoma ovariano, uterino ou mamário e tumores do hipotálamo ou da glândula pituitária.

Onde encontrar a Fertilização In Vitro (FIV)

Por ser um tratamento que envolve uma equipe multidisciplinar com ginecologista, urologista e embriologistas, o ideal é procurar uma clínica ou hospital de confiança. Para isso, vale receber indicações de quem já passou pela técnica e pesquisar sobre os locais de sua escolha.

Diferença entre Fertilização In Vitro e Inseminação Artificial
Qual a diferença entre inseminação artificial e fertilização in vitro?

Fontes consultadas

  • Ginecologista especialista em fertilização Augusto Bussab (CRM-SP 98.488), de São Paulo
  • Minha vida.com
  • Médica especialista em medicina reprodutiva Michele Panzan (CRM-SP 114.419) coordenadora da Clínica Huntington, unidade de Campinas, em São Paulo
  • Clínica Genics
  • Dr. Philip Wolff, responsável pelos laboratórios de Andrologia, Embriologia e Criopreservação da Clínica Genics (CRBio 18942/01).

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