Existe alguma confusão quando se fala de ovários policísticos. É comum a mulher ir ao ultrasonografista e sair com o laudo de “Ovários de aspectos policísticos” e essa informação deixá-la preocupada. Quando se visualiza os ovários no ultra-som pode-se ver presença de alguns folículos residuais que podem ser chamados erroneamente de cistos e daí a confusão. Presença de múltiplos folículos ou “pequenos cistos” nos ovários é encontrado em ¼ das mulheres normais e portanto não têm significado clínico.
Por outro lado, quando a mulher apresenta além de ovários policísticos outros sintomas e sinais como acne, presença de pelos abundantes, distúrbios menstruais como atrasos menstruais importantes, ela pode ser portadora da Síndrome dos Ovários Policísticos. Essas manifestações se devem principalmente à produção excessiva de androgênios pelos ovários. A presença de ciclos irregulares deve ser um alerta importante para a mulher procurar o ginecologista e diagnosticar a causa. Muitas vezes é SOP. A SOP é hoje considerada uma patologia pluriglandular, pois envolve não só alterações ginecológicas mas também outras manifestações como resistência à insulina, etc
E aí o que fazer? Não é aconselhável a mulher persistir com essas irregularidades menstruais. Ela deve inicialmente investigar com seu ginecologista, através de dosagens hormonais e outros exames, o que está de fato acontecendo. Caso ela não deseja gestação um dos tratamentos mais utilizados é o uso de anticoncepcionais com substâncias que diminuem a ação dos androgênios, reduzindo assim a acne, pilosidade excessiva e regularizando as menstruações. Com essa medicação há uma melhora geral e a auto-estima da mulher fica ainda muito maior.
Caso a mulher esteja querendo engravidar pode ser que ela necessite de um pequeno estímulo com drogas indutoras de ovulação, que podem ser prescritas no consultório mesmo e que apresentam bons resultados. São medicações de fácil uso, com poucos efeitos colaterais e baixo custo. Em alguns casos a mulher pode se beneficiar com o uso de outras substâncias que visam corrigir eventuais alterações metabólicas. Quando o uso de medicações mais simples não funcionar, sempre restará o recurso de induções de ovulações mais intensivas, mas igualmente, com bons resultados em se obter gravidez.
A Síndrome dos Ovários Policísticos não é um bicho de sete cabeças e é facilmente tratada na maioria das vezes. Na dúvida, vá ao seu médico.....
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA INFERTILIDADE:
A constituição de uma família é, de um modo geral, sonho de toda mulher na fase reprodutiva. Ver sua casa cheia de crianças, poder amamentar, poder acalentar seu nenê, mostrar com orgulho aquela barriga grávida, levar as crianças à escola, sonhar com netos... Parece quase certo que no momento que a mulher desejar ela terá sua família do tamanho que sonhar. Fazem parte desse sonho a vida familiar, a extensão genética e as experiências com a gravidez, o parto, a amamentação e a puericultura. Isso tudo é uma extensão do casamento, do relacionamento estável, da sexualidade e do amor.
São tantas coisas que passam pelas cabeças dessas mulheres, que se torna quase um martírio quando essa possibilidade não existe. Descobrir que a mulher tem dificuldade em engravidar pode levá-la a sentimentos dolorosos e de difícil compreensão, de difícil controle.
Em alguns casos parece irônico que a mulher que usou métodos anticoncepcionais por tanto tempo agora se veja diante de um diagnóstico de infertilidade. Afinal, não precisaria ter usado pílula por tantos anos. A confusão se instala rapidamente em sua cabeça e cede lugar à frustração e o medo. Porque eu? Porque não consigo? Será que esse diagnóstico é para sempre? Será que nunca vou ser mãe? A mulher começa a ter medo do diagnóstico, medo de não conseguir seu sonho, medo de não ser capaz.
Na maioria das vezes ela se isola em seu mundo de mulher frustrada, achando que ela é única no mundo, que não haverá solução para sua situação. A cada criança que ela vê na rua, com seus amigos, mais ela se machuca e acha que ninguém entende como ela está se sentindo. Nem seu marido... Muito menos seu marido.
A infertilidade passa a ser vista como uma punição, e ela não consegue entender o que fez para merecer isso. O fracasso em ser mãe parece estampado no espelho a cada manhã, a cada menstruação indesejada, a cada teste de gravidez negativo. A auto-estima diminui, ela não se sente mais atraente, ela não se preocupa mais com sua aparência e começa a achar que seu companheiro não quererá mais ficar com ela se ela “não lhe der um filho”.
A raiva pode aparecer, pois a cada momento ela se pergunta porque existem tantas mães negligentes com seus filhos e, no entanto tem a casa cheia deles. Porque ela que é inteligente, competente, profissional de sucesso, religiosa, mulher bem sucedida, não consegue ter um filho? Eu serei capaz de amar meu filho mais que tudo nessa vida, mas mesmo assim ele não vem. Cada vez que alguém pergunta o que há de errado com ela, mais ainda a raiva aumenta, mais passa a sentir-se enfurecida com seu corpo, seu marido, seus amigos e sua vida.
A tristeza costuma aparecer e às vezes a gestação passa a ser uma obsessão. Tudo na vida começa a girar em função disso. Seu tempo na internet começa a ser preenchido com pesquisas infindáveis a sites de infertilidade e a orientações de qual o melhor dia para se ter relação sexual, qual a melhor posição, qual a melhor dieta. Se houver uma orientação para se “plantar bananeira” depois do sexo, lá estará ela de pernas para cima depois de uma relação sexual programada, com dia escolhido a dedo, do jeito que está escrito.
Em alguns casos isso começa a afetar a própria sexualidade do casal, onde o prazer do ato sexual começa a ser substituído pelo fardo de ter filhos. Em alguns casos a busca pela solução da infertilidade aproxima mais ainda o casal, levando-os a uma maior cumplicidade e intimidade. Em outras situações isso os afasta, com descontrole sobre suas vidas e emoções por conta de uma culpa transferida ao parceiro. Isso pode levar a depressão e manifestações hostis, outrora impensados. Nem sempre o homem manifesta claramente seus sentimentos, preferindo recolher-se e refletir. A mulher pode interpretar isso como um afastamento, um menosprezo de sua dor, ou ainda, a mulher pode fantasiar situações inexistentes, como traição e deslealdade.
Como evitar isso? Como administrar essa angústia, esse medo, esse sentimento dúbio de amor e ódio? Com muito amor. Amor conjugal, amor no tratamento profissional, amor em Deus.
São tantas coisas que passam pelas cabeças dessas mulheres, que se torna quase um martírio quando essa possibilidade não existe. Descobrir que a mulher tem dificuldade em engravidar pode levá-la a sentimentos dolorosos e de difícil compreensão, de difícil controle.
Em alguns casos parece irônico que a mulher que usou métodos anticoncepcionais por tanto tempo agora se veja diante de um diagnóstico de infertilidade. Afinal, não precisaria ter usado pílula por tantos anos. A confusão se instala rapidamente em sua cabeça e cede lugar à frustração e o medo. Porque eu? Porque não consigo? Será que esse diagnóstico é para sempre? Será que nunca vou ser mãe? A mulher começa a ter medo do diagnóstico, medo de não conseguir seu sonho, medo de não ser capaz.
Na maioria das vezes ela se isola em seu mundo de mulher frustrada, achando que ela é única no mundo, que não haverá solução para sua situação. A cada criança que ela vê na rua, com seus amigos, mais ela se machuca e acha que ninguém entende como ela está se sentindo. Nem seu marido... Muito menos seu marido.
A infertilidade passa a ser vista como uma punição, e ela não consegue entender o que fez para merecer isso. O fracasso em ser mãe parece estampado no espelho a cada manhã, a cada menstruação indesejada, a cada teste de gravidez negativo. A auto-estima diminui, ela não se sente mais atraente, ela não se preocupa mais com sua aparência e começa a achar que seu companheiro não quererá mais ficar com ela se ela “não lhe der um filho”.
A raiva pode aparecer, pois a cada momento ela se pergunta porque existem tantas mães negligentes com seus filhos e, no entanto tem a casa cheia deles. Porque ela que é inteligente, competente, profissional de sucesso, religiosa, mulher bem sucedida, não consegue ter um filho? Eu serei capaz de amar meu filho mais que tudo nessa vida, mas mesmo assim ele não vem. Cada vez que alguém pergunta o que há de errado com ela, mais ainda a raiva aumenta, mais passa a sentir-se enfurecida com seu corpo, seu marido, seus amigos e sua vida.
A tristeza costuma aparecer e às vezes a gestação passa a ser uma obsessão. Tudo na vida começa a girar em função disso. Seu tempo na internet começa a ser preenchido com pesquisas infindáveis a sites de infertilidade e a orientações de qual o melhor dia para se ter relação sexual, qual a melhor posição, qual a melhor dieta. Se houver uma orientação para se “plantar bananeira” depois do sexo, lá estará ela de pernas para cima depois de uma relação sexual programada, com dia escolhido a dedo, do jeito que está escrito.
Em alguns casos isso começa a afetar a própria sexualidade do casal, onde o prazer do ato sexual começa a ser substituído pelo fardo de ter filhos. Em alguns casos a busca pela solução da infertilidade aproxima mais ainda o casal, levando-os a uma maior cumplicidade e intimidade. Em outras situações isso os afasta, com descontrole sobre suas vidas e emoções por conta de uma culpa transferida ao parceiro. Isso pode levar a depressão e manifestações hostis, outrora impensados. Nem sempre o homem manifesta claramente seus sentimentos, preferindo recolher-se e refletir. A mulher pode interpretar isso como um afastamento, um menosprezo de sua dor, ou ainda, a mulher pode fantasiar situações inexistentes, como traição e deslealdade.
Como evitar isso? Como administrar essa angústia, esse medo, esse sentimento dúbio de amor e ódio? Com muito amor. Amor conjugal, amor no tratamento profissional, amor em Deus.
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